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domingo, 25 de março de 2012

Vagueio pelas ruas...


















Vagueio pelas ruas...
Como se tivesse perdido!
Procurando nas tuas,
palavras, o sentido.

Vagueando solitária-mente,
pelo vazio preenchido.
De pessoas que unicamente,
vivem do desconhecido.

Na solidão do sol,
quente e do vento suave.
Vou procurando no álcool,
respostas sem chave.

Será solidão, será saudade!
Será sentido ou tristeza?
Procurarei nesta idade,
fonte de felicidade ou tristeza.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Chuva que não chega!














A chuva que não vem,
os campos que já não produzem!
Assim vai este Inverno,
que mais parece inferno,
para o camponês,
que teima cultivar.
A semente que já não tem.

Semente de onde nascia...
A flor, o fruto e a esperança.
Plantada nas terras áridas,
regadas de vento seco.
A chuva que antes regava,
o cultivo com confiança.
Partiu, sem certezas...
para campos mortos de sede.

O vento, esse levou a chuva!
A brisa, roubou a maresia...
O Inverno, cedeu a humidade.
Que regava e alimentava a flor.
A primavera, aceitou sua
herança sem regra ou dor.
Nunca pedindo confiança
ao Verão que tarda chegar.


segunda-feira, 5 de março de 2012

Palavras Mudas













No silêncio das palavras não ditas.
Com frases não constituídas.
Abafo as saudades malditas,
que outrora foram instruídas.

Com um olhar cego!
Com uma visão destruída,
agarro-me com todo o sossego,
à angustia absorvida.

Com palavras não ditas!
Com olhares não registados.
Com elas faço, das eruditas
flores, momentos encantados.

Não quero dizer ou ver.
Vou sim cantar a melodia,
das vozes mudas, sem esconder,
a infelicidade da ousadia.

domingo, 4 de março de 2012

Tejo


Seu encanto, suas cores...
Suas embarcações, sua história.
Onde Camões já cantava amores
e trovava hinos de vitória.

Tejo de águas pintadas.
Embalado pelo canto,
das gaivotas encantadas.

Seu aroma, sua frescura!
Seu odor de maresia matinal.
Seu silencio, sua ternura,
fazem dele destino final.

Tejo de águas pintadas!
Embalado pelo fado,
das fadistas apaixonadas.

Rio que vai da nascente até ao mar.
Que viaja por montanhas e vales,
guardando histórias de amar.
Rio que alimenta a gaivota de bivalves.

Por vezes mudar de página não é suficiente! Ah que trocar de Livro














Há fases da vida assim!
Em que simplesmente,
sentimos necessidade de mudar.
Sentimos que é altura de por fim.
Terminar verdadeiramente,
tudo o que nos anda a incomodar.

Chegou o momento de limpar,
momento de arrumar a casa.
Altura de parar e afastar,
todos os parasitas que trazia na asa.

Não tenho mais paciência,
para gente, que tem a mania que é esperta.
Gente que vive sem decência,
a confiança da minha alma aberta.

Gente que não merece,
a minha amizade.
Gente falsa que aparece,
para se aproveitar da bondade.

Caco de Vidro...













Gostava de ser como tu...
Não ter cor ou cheiro,
ser transparente.
Reflectir todas as cores do céu.
Ser igual em Agosto ou Janeiro,
não ter o desejo ardente.

Gostava de poder reflectir,
a luz ou o brilho.
Poder mostrar tua cara,
triste ou a sorrir,
levando pela mão o filho.
Que brinca sem máscara.

Gostava de ser como tu...
Não ter cor ou cheiro,
muito menos, emoções!

Gostava de poder proteger,
do vento ou da chuva.
Separar o interior do exterior.
Poder olhar teu cabelo a mexer,
poder proteger do frio, como luva.
Ser forte, frágil ou pior.

Se fosse como tu...
Separava os aromas...
Abrigava da chuva...
Mas, não separava alegrias
nem tristezas tuas.