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domingo, 30 de outubro de 2011

Meu Caderno














Num caderno, onde escrevo.
Vou registando estados!
Com os pensamentos que prescrevo,
escrevo músicas e fados.

Nos fados, canto alegrias,
choro tristezas.
No rosto, escondo fantasias,
no olhar, certezas.

Com um sorriso conquisto,
a confiança e a amizade.
Com um gesto, esquisito,
registo toda a ambiguidade.

A caneta que esboça seus desejos!
Nela nutrem frases...
Na mente os lábios, que já não beijo.
Nos sonhos momentos e fases.

Já vivi, já amei, já ri...
Escrevo e continuo a amar.
Mas o sorriso, esse, perdi!
Por alguém de mim não gostar.

Nestas páginas onde conto,
meus amores e desamor.
São também onde encontro,
meus sonhos e minha dor.

Ganância



Vivemos numa guerra de posições!
Dividimos pessoas e mundos.
Somos egoístas e invejosos.
Dificilmente partilhamos emoções,
que a vida nos obriga sem fundos,
sem certezas de momentos corajosos.

Neste mundo cruelmente criado.
Onde reina o dinheiro e o poder de compra.
Somos simples, fantoches em cenários,
de ideias e mundo fantasiado.
Onde a carência nos afronta,
num crescer de necessidades ordinárias.

Incutem-nos sonhos e desejos!
Fazem-nos duvidar do lógico
e ter certezas do supérfluo.
Numa mente onde não há sobejos,
de uma vida de ser macro-biológico.
Que insiste regire-se por um livro.

Tenho raiva de quem criou,
o dinheiro, o poder e a ganância.
Odeio quem destes valores vive.
Amo sim, quem imaginou
a natureza e toda a sua fragrância.
E que, com ela, vive feliz..

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Estranha forma de «Ser»
















Será solidão, será vontade!
De estar só e conviver?
Conviver com as sombras da cidade,
onde eu me identifico e gosto de viver.

Será grito de alegria ou choro.
Esta estranha forma de estar.
Onde não sei nem decoro,
o caminho que me faz andar.

O silêncio da calçada pisada!
Por transeuntes e pessoas.
Que caminham sobre a alçada,
de rios navegados por canoas.

Escondendo lacunas das vidas,
onde o mágico tira da cartola.
Formas estranhas e escondidas,
transformando a vida numa escola.


domingo, 23 de outubro de 2011

Expressões







Rostos alegres, tristes e pensativos.
Com alegria estampada,
na face, como selos em cartas.
Muitos tristes e imaginativos!
Com mágoa abraçada,
nos rostos de caras fartas.

Faces que demonstram pensamento,
com traços de angústia.
Onde as linhas e contornos,
mostram sofrimento.
Alguns esboçam sorrisos e magia,
de sentimentos quentes, frios e mornos.

Um olhar, uma cara pálida.
Um gesto e uma certeza.
No canto do olho uma lágrima!
No coração uma crisália,
que floresce com firmeza,
de quem agarra a rima.

Expressões activas e passivas,
com vontades bem definidas.
Mostrando sentimentos.
Muitas mais expressões evasivas,
demonstrando certezas indefinidas.
Com dúvidas cheias de tormentos.

Quem Sou?





Será que sei quem sou?
Para onde quero ir?
Ou mesmo que procuro?
Sei que não quero ir, onde vou!
Muito menos para onde vou partir.
Não quero é viver no escuro.

Quero luz, sol e brilho.
Quero companhia e amor.
Não vou mais aceitar partir,
como pai que abandona o filho.
Sem pensar na dor,
que provoca e o faz destruir.

Serei mesmo quem sou?
Ou simplesmente um fantasma,
que veste minha personalidade.
Alguém mesmo que nunca imaginou,
deixar minha alma pasma!
Com toda a simplicidade e frontalidade.

Quero viver e saborear,
a beleza dos dias da vida.
Ter certezas de quem afinal sou.
Vivendo a vida e a festejar,
o presente da vida oferecida,
pelas experiências, com que esta me contemplou.

Fim dos Incêndios...




Lá fora as árvores festejam!
A chegada da chuva...
Suas folhas secas e castanhas,
alegram-se com a água que desejam.
Matando sua sede, já turva,
que outrora regou suas entranhas.

O calor do Verão que insistia,
dissipou-se nas nuvens estranhas.
Tornou-se em gotas de água.
Afugentando o Sol que persistia.
Com seu brilho no cume das montanhas,
onde as cores secas deixaram mágoa.

Algumas serras foram queimadas!
Pelo calor e pelos incêndios.
Muitos deles provocados pelo humano.
Onde os campos despidos e fustigados,
foram registados em compêndios,
que o homem escreve desumano.

Muitos deles queimados pelo desejo.
Outros tantos pela maldade.
Mais uns quantos pela inveja!
Qualquer um por sonhos que prevejo,
sem acreditar na igualdade,
onde a mente sã é apagada pela cerveja.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Um dia Partirei...















Um dia partirei...
Não sei se tarde ou cedo,
apenas sei que irei.
Quando os Deuses divinos,
me chamarem eu cederei.
Minha alma ficará...
Na mente de alguns.
Outros, a esquecerão.
No dia que partir,
apenas quero ter uma certeza!
Que aqueles que verdadeiramente AMO,
fiquem com essa clareza.
Não quero que chorem por mim,
quero apenas que me recordem!
Não quero nos seus rostos, tristeza.
Quero que se unam e comemorem,
festejando e vivendo aquilo que não vivi!
Quero que todos sejam felizes,
mesmo sem mim.


terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dancing Queen





Relembro a roupa e o traje.
A música em que foste Rainha.
O dia que comemorávamos...
Os movimentos de forma audaz
que traçavas no ar em forma de linha!
Assinalando aquilo que adorávamos.

A entrada em palco, essa, brutal!
Marcaste o momento para sempre,
no meu coração e mente.
Enquanto a plateia mirava abismal.
Com um sorriso traçado na face
tua filha te aplaudia contente.

De fora observava e apreciava,
a doce silhueta que dançava!
Meu orgulho e alegria erguiam-se
ao mais alto estágio, que até deliciava.
Eras simplesmente tu que amava,
era para ti que meus olhos sorriam.

Foste nesse dia a maior estrela,
a mais bela e com a luz mais cintilante.
Era inicio e fim de uma nova Era.
Do dia guardo memória com cautela!
A magia do momento foi brilhante.
Nunca mais esqueci essa atmosfera.


In memories «Santarém 2008»

sábado, 8 de outubro de 2011

Luz


















Sobre a luz de um candeeiro,
semi apagada e escura.
Escrevo o meu verdadeiro
lado da vida obscura.

No reflexo da luz brilhante,
registo sentimentos puros.
Com letra desalinhada e radiante,
escondo golpes duros.

Escondo a minha vontade,
de amar e gritar.
Ser sincero com realidade,
nesta minha forma de gostar.

Com a saudade me preenches!
Com memórias me abraças.!
Simples são as palavras, com que enches,
meu coração, com sentimentos que traças.

Refugio




Passo a mão no cabelo.
No rosto molhado pela tristeza,
meus dedos secam lágrimas.
Com frases constituídas sem atropelo,
registo toda a natureza,
dos meus pensamentos e rimas.

No entardecer dos meus dias,
gravo desejos, sonhos e poemas.
Na manhã que acorda triste,
cravo minhas fantasias.
Como quem no peito gruda emblemas,
gritando o tema de que fugiste.

Fujo ao amor ou paixão!
Refugiu-me nos sentimentos,
que meu coração nega esquecer.
Do passado fica a escuridão,
de memórias  e sofrimentos..
Que me tornam forte até enfraquecer.

Grito, corro e salto!
Falo, canto e grito!
Torno a noite no passado,
esperando o dia de assalto.
Como quem no infinito,
espera ver seu coração abraçado.


Cores da Saudade





Com a cor das tuas unhas,
pinto memórias de outrora.
Com o tom dos teus lábios,
conserto histórias com lacunas.
Que amparam nesta hora,
fantasias traçadas nos astrolábios.

O verniz instalado e postiço,
reflecte o brilho do teu olhar.
O tom dos teus lábios quentes!
Recorda-me com feitiço,
momentos que vivi a sonhar.
Enroscado em abraços envolventes.

Vivi contigo momentos de beleza!
Partilhámos tristeza e alegria.
Fizeste meu mundo rolar e girar.
Contigo obtive toda a certeza.
O mundo era feito de cantoria.
Nele cantei e sorri sem chorar.

Com os dias, esperanças nasceram!
Nas noites matei as memórias.
Lá fora o sol irradia esperança,
a lua reflecte nas aguas que aqueceram,
não esquecendo as historias.
Mas trabalhando a mudança.