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segunda-feira, 7 de abril de 2014
No teu Poema
No teu poema,
cantas, ris e choras.
Voas no tema,
que ignoras.
No teu poema existe,
um filho da canção,
do mar que insiste,
em calar a escuridão.
No teu poema...
Existe o grito e a dor.
Daquele que é o problema,
do silêncio imperador.
No teu poema...
Existe o silêncio dos versos.
Que cantam sem esquema,
melodias do universo.
È com esse poema,
que canto e grito.
É com esse tema,
que durmo aflito.
No teu poema existe o verso,
que acaricia a noite.
Existe o lado perverso,
da lua que diz, boa-noite.
Primavera
As gotas de água caiem,
melódica-mente nas folhas,
verdes da esperança.
Escrevem melodias que reflectem,
nas translúcidas bolhas,
matinais, versos de confiança.
Pelas folhas viçosas,
correm sinais da Primavera.
Correm dias de crescimento.
Crescem no campo histórias,
que o tempo e a atmosfera,
vai tornando em alimento.
São flores, pólens e frutos...
São raízes, caules e rebentos.
São plantas com contributos,
de floras com seus elementos.
São campos regados,
pelo inverno tardio.
Onde correm rios e riachos,
entre casas e casario.
Rios que invadem o mar,
com sua força e bravura.
Rios que nos deixam navegar,
nas suas águas com aventura.
Voltei
Passados nove meses, regresso!
À escrita que abandonei...
Regresso de um processo,
que mesmo eu ignorei.
Regresso com vontade de expressar,
os pensamentos e as emoções.
Vontade de escrever e confessar,
todas as minhas convicções.
Regresso curado da dor,
que me calou.
Regresso sem o rancor,
da vida que me falhou.
Regresso pronto para batalhas,
que posso perder ou ganhar.
Com conquistas e medalhas,
que não se deixam derrubar.
Minha Embarcação
As minhas mãos acariciam,
com todas as certezas.
As teclas dum piano que embalam,
os dedos e apreciam,
cheios de tristezas,
as notas que falam.
Meus pensamentos viajam...
à velocidade da melodia,
que se faz esquecer o tempo.
Dissolvem-se nas nuvens que se abraçam,
sem medos da fantasia,
e histórias do pensamento.
Meus dedos pressionam e acariciam,
com gestos de carinho.
As teclas que debitam cânticos,
que fazem adivinhar e animam,
com seu toque baixinho.
Ritmos dos mais românticos.
É nas teclas do piano,
que mergulho nos meus sonhos.
É nelas que embarco,
nos pensamentos do quotidiano.
Embora que tristonhos,
é nelas que faço meu barco.
Minha Mãe
Um olhar terno e carinhoso,
com um coração enorme.
Que a torna impossível esquecer,
sempre com um amor amistoso.
Que envolve e absorve,
na sua capacidade de envolver.
Um coração capaz de suportar,
o peso de uma montanha.
Sem se quer, questionar a natureza.
Com, uma educação de invejar,
qualquer mulher com sua façanha.
Sua postura e sua pureza.
Capaz de enfrentar um exército,
mas frágil como uma pena.
Que se deixa levar pelo vento.
Lutadora incondicional que cito,
em toda e qualquer cena.
Que possa surgir no pensamento.
Paciente, meiga e atenciosa...
Humilde, com valores e princípios.
Que transmite inteligência!
Sempre preocupada e carinhosa.
Enchendo a alma de arrepios,
com a possibilidade da sua ausência.
Foste tu, minha querida...
Que me educou e ensinou,
a dar os primeiros passos.
Foi contigo, que passeei pela avenida,
de mão dada, que me apoiou.
Sem medo de cair nos teus braços.
És a mulher da minha vida.
És uma prova de amor.
És a razão do meu viver,
nesta caminhada ou corrida,
que por vezes é cheia de dor.
Mas que só tu consegues fazer esquecer.
Saudade
Partes à procura de alimento...
Para aqueles que mais amas.
Na bagagem, levas o pensamento,
que embalas e não reclamas.
Nessa bagagem que completas,
com esperanças e saudades.
Vão ainda memórias repletas,
de amor e ansiedades.
Partes sem vontade de chegar,
nem medo de lutar.
Por sonhos que desejas alcançar,
para teus filhos alimentar.
Partes, com um aperto no coração.
Um nó, na garganta.
Que desarmas com a paixão,
dum olhar que encanta.
Um olhar, cheio de brilho.
Que se enche de ternura.
Olhar de um pai, que deixa um filho,
privado da sua ternura.
Esperando que voltes...
No espelho da sala,
ficaram as marcas do teu bâton.
Ficaram sinais por apagar.
Sinais que o tempo não cala.
Com todo o seu dom,
que esquece sem lembrar.
No sofá da sala...
Ficou teu lugar vazio.
Esperando por ti...
Ficou uma voz que fala,
e que nunca partiu.
Ficou uma voz, que nunca te ouviu.
Nessa mesma sala pintei...
Nas paredes do teu quarto,
as cores quentes da saudade.
Tracei os traços que desenhei,
com sentimentos de verdade.
Nessa sala que falo,
recordo a nostalgia...
Recordo os momentos passados.
Recordo as noites que calo.
Recordo as noites de fantasia,
em versos de rimas tresloucados.
Quero ver...
Um dia quero olhar,
as estrelas a brilhar.
Quero nelas ver,
o brilho dos teus olhos.
Quero ver nelas a luz,
do teu coração.
Ver o olhar que seduz,
em toda a imensidão.
Quero olhar os astros,
e todo o sistema solar.
Onde as estrelas deixam lastros,
de fogo que as faz brilhar...
Quero o corpo que beijaste!
Quero o homem que tocaste!
Quero o rosto que acariciaste!
Quero o gesto que efectuaste!
Quero um dia teu olhar.
Quero um dia teu brilhar.
Quero nesse fogo que incendiaste,
O sonho que te faz divagar.
Soldados
as flores da vitória, onde...
com batalhas, onde entraram,
e fizeram história.
Procuram-se hoje no chão,
respostas por entender.
De lutas que se fizeram em vão,
sem se conseguir compreender.
Lutas que marcaram o povo,
com sombras e magia.
Lutas que nada trouxeram de novo,
sem ser, um caixão de tábua.
Onde os pregos crivados,
marcaram a saudade.
Das tropas e soldados,
que partiram na eternidade.
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