Olho pela janela,
vejo a noite escura.
A chuva cai silenciosa.
Meu coração iluminado por vela,
escuta a verdade obscura,
nas gotas de água preciosa.
Aos poucos vou ouvindo,
os sussurros do vento.
Vou ouvindo a trovoada,
me dizendo, falando e rindo.
Deste meu tormento,
ou desta visão enevoada.
Como se deuses batessem
com mais força no seu palco.
Um relâmpago rasga o céu.
Mesmo que não me interessem,
as verdades claras como talco.
A noite faz-me reviver apogeu.
Lá fora a chuva acalma.
Aos poucos a lua regressa.
Em simultâneo, meu coração
volta a bater com mais calma.
Minha mente esquece o que não interessa,
a noite devolve-me a solidão.
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