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sábado, 2 de outubro de 2010

As aventuras da Restauração!

Sou um profissional da área e gosto de ver e presenciar o que se pratica por aí, mesmo sendo as mais altas barbaridades do sector.
Hoje fui conhecer e analisar os restaurantes da baixa de Lisboa, uma das maiores aberrações  do conceito serviço e qualidade que podemos identificar dentro de um serviço que deveria expor os nossos conceitos  de serviço na área de comidas e bebidas em Portugal aos estrangeiros que nos visitam.
Quero-vos relatar a minha experiência, sucedida naquilo que podemos apelidar de um espaço multi culturas, onde temos entre empregados e clientes, nada mais nada menos que os cinco continentes.
Começando pelos empregados, numa das ruas mais turisticamente frequentadas de Lisboa, identificamos claramente a presença de todas aquelas civilizações que podemos designar por desenvolvidas e de terceiro mundo.
Na frente do restaurante podemo-nos debater com as mais vastas apresentações, desde Brasileiros, a Portugueses ou mesmo Croatas ou Ucranianas a fazerem o trabalho daquilo que na restauração chamamos de « Hoster», para quem não conhece o termo, são simplesmente pessoas que apresentam o espaço ou o conceito e tentam captar clientes.
Como achei caricato decidi embalar numa das aventuras do palato, podendo identificar as mais variadas divergências da cultura Portuguesa, num restaurante que se designa por cozinha típica Portuguesa.
O meu pedido:
Sopa Alentejana- 2,95€
Bife a Portuguesa- 12,80€
Vinho Quinta de Cabriz tinto. 0,75cl- 12,90€
Leite Creme- 3,80€
Café- 1,20€
Para começar em beleza a sopa supostamente alentejana, era nada mais nada menos que uma açorda, feita com papo secos. ( Gostaria de saber em que zona do Alentejo  se fazem aquelas sopas) Já para não falar das três lascas de presunto do Continente que nos apresentam como entrada e pelas quais nos cobram 5,50€, voltando a falar na sopa, esta que nos servem numa malga de inox, como se tratasse de comida para cães ou presidiários, não desfazendo de ambos.
De seguida o bife à Portuguesa pedido transforma-se numa costeleta de Novilho, aconselhada pelo suposto dono do restaurante, como se nos dissesse,( o bife não presta, coma antes a costeleta de Novilho) sem querer contrariar o sr. e me arriscar a comer um bife,  passado da validade, segui o seu conselho.
Pergunto eu na maior das ignorâncias se há alguma costeleta guarnecida de batatas fritas que valha 12,80€?
Não querendo apontar os 1,50€ cobrados por um papo seco.
Não querendo ser racista ou xenófobo passaram pela minha mesa, um português , um Brasileiro, um Nepalês ou Bangladeche e uma Croata ou Ucraniana , dos quais um ou dois falavam Português ou Inglês.
Será esta imagem que queremos passar aos estrangeiros que nos visitam?
Não querendo roubar mais do vosso preciso tempo, será este um jantar que vale  40,65€?
Talvez  seja necessário avaliar a restauração Portuguesa...
P.S. Não querendo ser mauzinho, não vão ao « Torremolinos » na rua Portas de Santo Antão nº 62

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